De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20110529

ESCREVENDO SOBRE POESIA - POETRIX E HAI-KAI

A semana passada uma grande amiga perguntou-me porque nunca escrevo Poetrix ou Hai-kai. A resposta que lhe dei deu origem a este meu texto.

Embora reconhecendo um grande talento em certos textos em poetrix ou em Hai-Kai, eu não estou ainda preparada para contrariar a minha tendência natural de escrever duma forma mais ou menos simples, para gente simples. Se poesia é, já de si, uma forma de escrita que a muitos não agrada – ou pelo menos não é a mais apreciada – se vamos complicá-la, tanto pior.
Penso que só um leitor com uma determinada formação académica, ou uma razoável capacidade intelectual, será capaz de compreender aquelas duas formas de poesia. Consequentemente e porque sou uma pessoa que gostaria de escrever para toda a gente, independentemente daquele fator, eu vou continuar agarrada ao meu estilo, maioritariamente virado para o povo, deixando para quem tem muito mais capacidade do que eu, o poetrix e o hai-kai, que – apesar disso – me agrada muitíssimo ler e procurar interpretar. Eles são um autêntico teste à nossa inteligência, quando escritos por bons poetas.
Quando pergunto a alguém simples, se gosta de poesia, a resposta mais frequente que me dão é esta: “Não! Nem por isso”. Ora isto não é o desejável. Contudo, essas mesmas pessoas sabem apreciar um lindo poema, numa linda canção. As duas componentes entrelaçam-se, completando-se. Haverá, portanto, que recriar novas formas de apresentar poesia.  Isto trouxe à minha memória um concorrente do programa deste ano, “Portugal tem Talento”, de nome Guilherme Gomes.  Conforme pode ser visto no vídeo que aqui incluo,


este concorrente teve fortes aplausos de todo o público presente naquela sala, completamente cheia. E isto porquê? Porque ele recorreu a uma forma de participação pouco comum neste tipo de concursos, declamando, de modo muito seguro e com muito talento, poesia.  Acrescente-se que – e isto é o mais importante – todo o público apreciou.

A poesia precisa de ser levada ao público, já que uma grande percentagem dele não se sente motivada para ir ao seu encontro.

Maria Letra

1 comentário:

Unknown disse...

Concordo Mizita,
A poesia é o género literário que menos se lê, depois penso que não devemos contrariar as nossas tendências.

Quanto a este jovem, Guilherme Gomes, é simplesmente fantástico!

Beijinho,
Ana Martins