De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20111231

SAÚDO UM ANO ESPECIAL: 2012

Chegou um ano especial,
carregado de bagagens,
uma está em Portugal,
a outra seguiu viagem.

Não queiram ser curiosos
consultando algum vidente,
mago, ou outros que tais,
que enganaram muita gente.

Tenham calma e muita Esperança!
Enfrentem o que aí vem
com serena consciência
e a força que convém.

Sabemos que Portugal
tem sido sacrificado
por erros de vária ordem,
cometidos no passado.

Mas meus amigos, não esqueçam
que é ao povo português,
a quem compete a missão
de acabar com o mal de vez.

Unamos todos as mãos,
sem olhar a ideologias.
Urge encontrar soluções.
Não servem demagogias.

Na bagagem recebida,
com certeza absoluta,
não há “milagres de Deus”...
Há 12 meses de luta!

Portugal é pequenino,
Mas alguns, morando aqui,
Vivem p’ra lixar os outros …
e o mal…, reside aí!

Maria Letra
01 de Janeiro de 2012

20111230

FELIZ 2012 PARA TODOS OS MEUS AMIGOS


Por absoluta falta de tempo e porque estou reduzida a um pc que não me dá grande margem de manobra para dar largas à minha vontade de fazer coisas bonitas, generalizo a minha mensagem de fim de ano, desejando a todos muita coragem para encararem, positivamente, o Novo Ano 2012, com Saúde, Paz, Amor e, muito importante, Trabalho. Isso bastará para que possamos ser felizes.
Abraço todos os meus amigos com muito carinho e agradeço do fundo do meu coração a quem me enviou mensagens privadas.

20111229

MEU ADEUS A 2011


Custa-me ver-te partir.
Sinto na garganta um nó.
Alguns, deixas a sorrir,
outros, pobres como Jó.
Teus 12 meses de idade
a História narrar-nos-á.
A uns, tu deixas saudade,
mas a tantos … eu sei lá!
Nem sempre tu foste bravo,
mas esta, é bastante dura:
tanto umas davas no cravo,
como outras, na ferradura!
Àqueles que de tudo encheste,
deste de prémio a Riqueza,
e p’ra quem nada tiveste,
tu deste um mar de Pobreza.
Todos os anos nós temos
um ano velho que vai
e um novo que sabemos
vir a ser tal qual o pai.
E vamos seguindo em frente,
esperando anos e anos,
um Novo Ano diferente,
que não nos faça mais danos.

Maria Letra
29 de Dezembro de 2011

20111227

RECORDAÇÕES ANACRÓNICAS




Misturam-se em minha alma,
recordações do passado
que me perturbam a calma.
Há um certo anacronismo
entre o que se diz de então,
e o que sinto ser presente.
Analiso situações,
gravadas na minha mente,
que giram aos trambolhões
entre os tempos. Oh se não!...
Há menos analfabetos
do que havia antigamente,
mas há mais “Chicos espertos”
a lixar a vida à gente.
Cultura acaba falida
se cada um que a tem
gira sempre a sua vida
p’ró lado que lhe convém.
É talvez mesmo por isso,
que agora há tanto agiota
pondo a vida em reboliço
de quem julga ser idiota.
E por muito que queiramos
um mundo mais-que-perfeito,
qualquer coisa que façamos,
não resulta! Não tem jeito!
Quando ouço o grugulejo
de certos “perús” famosos...,
ataca-me um só desejo:
desprezar os presunçosos
e procurar  na criança,
inspiração p’ra viver
alheia à podre abastança
de quem rouba p’ra enriquecer.

Maria Letra
27/12/2011

20111223

BUSCANDO PALAVRAS

Puxo pela minha cabeça,
buscando inspiração
p'ra construir um poema
saído do coração.
Não creiam que me apeteça
falsear, encher de côr
o que é hoje um frágil tema:
A real palavra "AMOR"!

Palavras? Encontrei muitas,
de mil afetos bem cheias ...
Desejos, votos expressos,
umas e outras alheias
a verdades, não fortuitas,
que nos cansámos de ler
sem que vejamos progressos
em quem tanto está a sofrer.

Claro está que desejo
tudo o que possa criar
bem estar naqueles que padecem.
Mas não nos basta expressar.
É preciso ter traquejo
para arregaçar as mangas,
ajudando os que carecem,
isto é, quem está "de tangas".

E acabo este poema
sem saber o que dizer
a quem sofre. Vejam bem.
Como gostava de ter
capacidade suprema
p´ra poder ter o prazer
de dar a quem nada tem
menos "Dever", mais "Haver".

Maria Letra
Natal de 2011

20111209

MARASMO

O Sol raiou
e me acordou.
Chamou por mim,
deixando assim
como um aviso
muito preciso:
O tempo passa!
Mas eu, sem graça,
não estava numa,
de forma alguma,
de despertar.
Estava a sonhar.
A força dele
não convenceu
a minha mente
da vida, ausente.
Mas, encostada
na almofada,
com o cobertor
cobrindo a dor
deste meu corpo,
de vida morto,
pus-me a pensar,
já a acordar…
Salto da cama,
dispo o pijama,
visto uma calça
e uma blusa,
que ainda se usa;
calço umas meias,
velhas e feias,
mais uns sapatos,
muito baratos
e vou sair,
sempre a sorrir,
com a esperança
duma criança,
num novo dia
que me sorria.
Vou procurar,
- sempre a sonhar -
buscar lá fora
o que perdi.
Já decidi!
Não quero mais
dias iguais,
meses de pasmo,
neste marasmo.
Só me faz mal!
Viva o Natal!

Maria Letra
09-12-2011 

Dedico este poema à minha amiga Milai. Ela entendê-lo-á muito bem.

20111206

A CORRIDA DO TEMPO

A CORRIDA DO TEMPO

- Mais um Natal se aproxima,
  Como o tempo foi veloz!   
diz a criança que cresce  
aos seus já velhos avós,  
de quem ela subestima  
um sentir muito diferente:  
O tempo p’ra eles, decresce,  
cada dia é um presente.    

É que a criança que sente  
a sensação de corrida     
dum tempo a passar voando, 
vive feliz sua vida.
Ocupa o tempo presente  
com muita coisa que faz,  
mas o tempo vai passando 
sem voltar nunca p’ra trás.

Para quem já muitos anos
conta no seu caminhar
por este mundo que ama,
é comum o tolerar
defeitos sem muitos danos
e males com pouca virtude, 
porque o que espera, ou clama, 
não será mais que saúde.

Maria Letra
Dezembro de 2011

PARABÉNS, MÃE!

PARABÉNS, MÃE!

Oh minha querida Mãe,
és o exemplo que convém,
de como viver a vida
para nos sentirmos bem.

Se tu fazes o melhor,
eu não saberei dizer …,
mas a tua longa idade
não pára de surpreender.

Não gostas de pedir nada.
Nunca gostaste, aliás.
Mas tenho de agradecer-te
por aquilo que me dás.

Dás-me coragem e força
para lutar nesta vida.
Foi o que sempre tentei.
Obrigada, Mãe querida!

És Avó, és Bisavó,
além de seres minha Mãe,
e para nossa alegria,
tu és Trisavó também.

Parabéns te quero dar,
por muitos anos ainda.
Tu estás no meu coração.
Oh Minha Mãe! És tão linda!

Maria Letra
06-12-2011

20111204

NESTE TEMPO QUE ME RESTA (para a ciranda da poetisa Ana Stoppa)

NESTE TEMPO QUE ME RESTA
 
Neste tempo que me resta
vou tirar da minha vida
tudo aquilo que não presta.
Do meu coração, cansado,
irei tentar apagar
as marcas do meu passado.
 
Tentarei reconhecer
onde está um falso amigo.
Quem não me ama a valer
não merece o meu amor,
não entra na minha casa,
nem goza do seu calor.
 
Quero um jardim plantar
nesta casinha pequena
para onde irei morar.
As flores serão um hino
a estes anos que a vida
me atribuir por destino.
 
O espaço que eu irei ter
nessa casinha onde quero
continuar a viver,
é quanto basta p’ra mim.
Quando quiser mais espaço
vou passear p’ró jardim.
 
Esta é a forma que sei
ter em mente p’ra viver
neste tempo que terei,
mas continuarei a dar
tudo o que possa, de mim,
para os outros ajudar.
 
Não irei deixar a luta
contra certos desonestos
que, duma maneira astuta,
nos deixaram na miséria
tentando fazer-nos crer
que eram gente muito séria.

Maria Letr@