Dado que tudo o que faço tem sempre uma lista de urgências à espera que as execute, eu quero confessar aqui o meu "só aparente" alheamento a casos como aquele que refiro neste pequeno texto, o de Flávia. Visito poucos blogues, exactamente por falta de tempo e, daí falhar na atenção que devia prestar, sobretudo, a causas que "bradam aos céus".
Gostaria, portanto, de prestar aqui uma homenagem a Odele, Mãe de Flávia, pela sua coragem incomensurável - como é de prever em qualquer Mãe que vive um drama - já que Flávia, infelizmente, se encontra em coma irreversível (?) há 12 anos, não se apercebendo das lutas travadas à sua volta, pela família.
A quem é jovem e puro,
Nossa vida vira inferno,
A nossa alma entristece
E o dia-a-dia é tão duro,
Que nem um abraço terno,
De quem vive o nosso drama,
Traz a esperança que buscamos.
Ver alguém inconsciente,
Condenado a estar na cama,
Abafa a fé. Sufocamos
Uma prece impertinente,
Deixamos de acreditar.
Mas amiga, podes crer
Que, nesta vida de dor,
Tudo poderás esperar,
Quando num drama a vencer,
Grita mais alto o Amor.
Um abraço muito apertado à Odele, mesmo que isso não ajude. Certamente que tudo o que faz pela filha inclui, também, a esperança numa recuperação, possível (!), da consciência de Flávia. Quem falou de irreversível deverá recordar a si mesmo que nem sempre tem sido assim! Mas, se tal não viesse/vier a acontecer, teríamos/teremos de aceitar como a sua forma de ter vivido o seu tempo. Como detesto acabar assim o meu texto, a despeito do meu desejar/esperar uma recuperação inesperada!