És cantinho de paz, para qualquer um.
A Natureza te fez, com perfeição,
Para dar tranquilidade ao ser humano.
Em ti não é preciso luxo algum;
Nem artifícios, nem ostentação
Porque, afinal, tudo isso é puro engano.
Da tua urze, flores e rosmaninho,
Das plantações, ordenadas, pitorescas,
Queria sentir, p’ra sempre, o intenso cheiro.
Ainda hoje, eu recordo, com carinho …
Como eram belas as fontes de águas frescas,
Que matavam minha sede o dia inteiro.
Sem quererem saber do mal que fazem,
Ou sabendo muito bem mas, sem amor,
Forças humanas más, muito daninhas,
Incapazes de ver o que nos fazem,
Vão-te roubando, com um certo desamor,
O sabor que tu, antigamente, tinhas.
Em ti eu vi nascer nobres, com brasão
E pobres criaturas, de pé descalço,
Com apenas uma coisa, em comum:
O ar do campo, que amavam e que, então,
Era muito saudável e que, realço,
Não se encontrava em mais lugar algum.
Como gostaria, Deus, poder , agora,
De forma confiante, acreditar
Que serás sempre campo e não cidade.
Como eu adoraria, ver a aurora,
Deitar-me em tua erva e rastejar,
Molhando este meu corpo, sem idade …
Maria Letra
Março de 2011
A Natureza te fez, com perfeição,
Para dar tranquilidade ao ser humano.
Em ti não é preciso luxo algum;
Nem artifícios, nem ostentação
Porque, afinal, tudo isso é puro engano.
Da tua urze, flores e rosmaninho,
Das plantações, ordenadas, pitorescas,
Queria sentir, p’ra sempre, o intenso cheiro.
Ainda hoje, eu recordo, com carinho …
Como eram belas as fontes de águas frescas,
Que matavam minha sede o dia inteiro.
Sem quererem saber do mal que fazem,
Ou sabendo muito bem mas, sem amor,
Forças humanas más, muito daninhas,
Incapazes de ver o que nos fazem,
Vão-te roubando, com um certo desamor,
O sabor que tu, antigamente, tinhas.
Em ti eu vi nascer nobres, com brasão
E pobres criaturas, de pé descalço,
Com apenas uma coisa, em comum:
O ar do campo, que amavam e que, então,
Era muito saudável e que, realço,
Não se encontrava em mais lugar algum.
Como gostaria, Deus, poder , agora,
De forma confiante, acreditar
Que serás sempre campo e não cidade.
Como eu adoraria, ver a aurora,
Deitar-me em tua erva e rastejar,
Molhando este meu corpo, sem idade …
Maria Letra
Março de 2011
6 comentários:
Boa noite minha amiga,
o tempo passa e tudo muda, depois, restam-nos apenas as lembranças do passado e a saudade que a elas se juntam.
Lindo o poema!
Beijinho, com votos de um excelente Domingo,
Ana Martins
Olá Ana! Bom domingo.
Obrigada pela sua visita e comentário sempre recebidos com prazer.
Para quando um próximo livro? Serei cliente, sem dúvida.
Beijinhos.
Ola Maria
Encontro aqui belas palavras e um lindo cantinho de paz!
Voltarei!
Beijo grande
Diz um poeta amigo, que Mozart nos leva ao céu, e ao ler vc senti a mesma vibração, abraços
Muito obrigada, Lu Nogfer. Peço desculpa por só agora responder ao seu simpático comentário. Irei visitá-la, para conhecê-la melhor.
Beijinho.
Como foi amável, ao mandar-me um comentário tão bonito, Ives. Era essa a minha intenção, mas nem sempre conseguimos o que queremos. É que me apavora irmos perdendo, pouco a pouco, o que de melhor há para o bem do ser humano: uma Natureza despida de ostentação e, quando se transforma um campo, em cidade, há muita coisa que morre nele, muita mesmo...
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