De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20101029

QUANDO A GARGANTA SE CALA E A IMAGEM TE FALA ...

 
QUANDO A GARGANTA SE CALA
E A IMAGEM NOS FALA

Quando a garganta se cala
e a imagem te fala...
Quando, no silêncio, impera
dentro de ti uma fera…
Quando, cansado da vida,
anseias a despedida…
Não deixes que te governe
o ódio, esse vil germe
capaz de corroer
o que de bom poderás fazer.
Deixa que essa onda,
envergonhada, se esconda
no teu coração que bate,
esperando que o tempo a mate.
Verás nascer novos dias
que, de cego, tu não vias.
Não esqueças que há crianças
precisando de mudanças
feitas de paz, de querer,
para poderem crescer...
um crescer em que o amor
encha este mundo de cor.

Maria Letr@
2010-10-29

20101027

O OLHAR DUMA CRIANÇA

                                    
Não serão maus governantes,
actos de vis vigaristas,
ou receitas de calmantes,
que irão matar o meu jeito,
que aconselho. Façam teste!

Lutadora, mas serena,
faço frente a toda a seita
- onde for rei um canalha -
duma forma que me amansa.
Busco uma fonte perfeita
esquecendo toda a gentalha
no olhar duma criança!

Maria Letra
27-10-2010
Imagem de:

20101026

O MISTÉRIO DA VERDADE

O MISTÉRIO DA VERDADE

 Procura os porquês

desta confusa vida,

sem grande ambição

de chegares à verdade.

Veres, para além do que vês,

deixa de ser realidade.

Procura os porquês

desta confusa vida

sem grande ambição.

Lê no teu coração.

Veres, para além do que vês,

faz parte da ficção.

Procura os porquês

desta vida confusa

com muita simplicidade.

Nela reside o mistério

e a verdade.

 

Se, mesmo assim,

Nada conseguires ver,

Olha uma criança.

Ela é o segredo de viver.

Ela é a Esperança.

 

Maria Letr@

Londres, Maio de 2000

20101022

SE EU FOSSE UMA ESTRELA

Se eu fosse uma estrela,
seria mais uma, entre muitas.
Como sempre, seria aquela,
de presenças fortuitas,
que ninguém vê ou sente,
quando deveria estar presente.
Se eu fosse uma estrela,
estaria num canto qualquer,
deste Universo sem fim.
Mas sou, apenas, Mulher.
Um alguém que não vive,
que não está, não convive,
mas gosta, contudo,
de ser desejada, querida,
por todos aqueles que ama,
que não a teem, esquecida.
O meu silêncio não mente,
Sobretudo, no Presente.

Não sei porque nasci assim.
Não sei porque há tristeza em mim.

Maria Letra
Porto, 24 de Março de 2003