De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20181109

NEM DESISTO... NEM CAIO!


NEM DESISTO... NEM CAIO!

Sou folha colorida... num Outono frio,
oscilando num ramo onde já fui vida.
Permaneço ocupante de um espaço vazio
Recusando tornar-me uma folha caída.

O meu balançar é balanço morto.
Perdi toda a força que a vida me deu.
Meu pecíolo preso àquele ramo torto
ameaça soltar-se desde que nasceu.


Contudo, acusando um carácter teimoso
no espaço vazio que agora é ventoso,
oscilo agarrando-me aquilo que eu amo.

Vai longe a beleza que tem cada Maio.
Mantenho-me assim... nem desisto, nem caio...
e enquanto suspensa, meus versos declamo.

Maria Letr@