Jazem em mim amordaçadas esperanças
gélidas, sem cor. Passaram a lembranças
no dia em que partiste, feito orgulho,
mas é nelas que, por vezes, eu mergulho.
Eu sei que é doentia esta recordação
dum passado tanto vida quanto solidão...
Sobrepõe-se a tudo quanto me corrói,
um grande Amor que o tempo não destrói.
Eu sei que a minha frágil resistência
já pouco poderá, em realidade,
contra o desgaste recôndito da idade.
Mas prefiro abraçar-me à tua ausência
do que anular em mim todo um passado!
Não estás... mas imagino-te ao meu lado.
Maria Letr@
Sem comentários:
Enviar um comentário