Esta saudade
que sinto dói-me tanto
quanto a
resistência que perdi
ao saber que partiste
deste mundo.
Foram muitos
os anos que, entretanto,
não conseguindo
evitar, pensar em ti,
fui cavando em
mim, um mal profundo.
Tu eras doce
fogo, em minha vida,
que alimentava
a esperança de te ter.
Foste sombra nos
sonhos, que vivia
e, nesse meu sonhar,
assaz perdida,
lutava contra
o tempo p’ra te ver,
mas o tempo, sem
pena..., me iludia.
O futuro que
quis, não é mais nosso.
Estou farta desta
vida de aquiescência
contra a qual não
posso mais lutar.
Oh esta dor,
que suportar não posso!
Cada pedaço de
mim, é desistência,
é barco
abandonado, a naufragar.
Eu queria
apenas ver-te, se pudesse...
Não sei
como..., nem quando, meu amor,
mas o tempo
que tive, se perdeu.
Aquilo que
esperava que ele me desse,
não caberá no
tempo a meu dispor.
Deixou de
pertencer-me. Não é meu.
Para justificar
não querer morrer,
estou presa a
mil reféns que eu inventei.
Faltar-me-á mais
tempo, sim..., talvez,
mas lutarei na
esperança de viver...,
porque..., deixar
o mundo em que te amei,
seria um
cheque-mate de xadrez.
Maria Letra
2015-10-29
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