É um mundo
no qual
nós vivemos em dor
e em paixão
o conforto nortenho
invade a nossa pele
e ficamos
mais velhos
morremos por dentro
por aqueles que nos
veem,
morremos a sério
por aqueles cuja
cegueira é enorme
depois renascemos
com o sol
a secar-nos as
lágrimas
de saudade
aquilo mata-nos
e olhamos para trás
com a maior
tristeza
com aquilo
destruído
como um sonho
sonhado
que foi desfeito
naquele dia de
chuva
em que criamos
obras
como este poema
que ninguém
vai ler
a chuva abrigou-me
nas tempestades
de revolta sentida
em luto…
e quando estás
quase a morrer
tiras a tua
ultima gota
tão vermelha
e linda
nos meus olhos
azuis e tristes
quase cegos
esse som é-me
familiar
há chuva
e naqueles dias de
lua;
deceção
é um grande deleite
mas também
é como comer silvas
com a minha boca
que sangra
aquela viagem toda
até ao mundo dos
mortos,
a dançar
com os esqueletos
e assim que chega
àquelas florestas
encontra os
esquecidos
e tristes
entre os condenados
e praticamente
mortos
há sempre uma
vitória
a razão…….
uma historia
sobre o que se
passou
o tolo
falou!
Vais-te perder
nestas montanhas
geladas
e os lobos
vão-te comer
todos sofrem com
isso
mas também
se enganam
a eles próprios
uma filosofia
não descoberta
e também
esmagada
mas também
nos encontrará
para sempre
mais cedo ou mais
tarde
não tenho culpa
de teres pedido
desculpa
tenho culpa
de teres culpa
ouviste as vozes
dos outros
e não a da tua
cabeça
e caíste
na tua sombra
mas depois chegas
à parte mais doce e
jovem
que já não via há
muito tempo
mas já não te
perdes
encontraste-te
com aquilo que é
pior para ti
e melhor para os
outros
e na água viveste
será que sonhava
com as estrelas
porque tinha sono?
não !!!!!
descansado para
sempre
e assim massacrado
e assim morto
pela minha espada
as vozes fluem-me
na cabeça
e nela habitam e
criam
uma atmosfera
perigosa
tão contagiante
esta aura;
tão confortável;
tão compreensível
e tão complicada
também
escolhe uma
e eu faço-te
compreender
esta filosofia
sem rima
sem cor
sem vida
sem superficialidade
Nuno Azevedo
2012
(Transcrevi este
poema de um dos meus netos, não fazendo qualquer correcção.)
2 comentários:
Parabéns para o Nuno, poema de gente grande...! Parabéns pelo Blog. Abraços.
Muito obrigada, Josemar Bosi.
Peço desculpa porque postei o seu comentário e depois não voltei a ele.
Um abraço amigo.
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