De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20110102

O PAI NATAL - UM ANO DEPOIS ....

A 04 de Janeiro de 2010, criei o poema que transcrevo abaixo. Este ano, procurei ver se o Pai Natal teria melhorado o seu estado de saúde e encontrei-o muito pior, envelhecido, decrépito. Pergunto-me o que irá acontecer-lhe durante este 2011 que chegou com uma agenda carregada de compromissos a cumprir, de facturas a pagar, e reclamações a solucionar. Enfim: Um rol de tristezas sem aparente forma de dar-lhe uma volta. Um autêntico "Muro de Lamentações!"

Dizia o meu poema:

Este ano, aquele Pai Natal, famoso por ser gordinho,
Corado, bonacheirão e muito rechonchudinho,
Entrou pela chaminé, num estado de fazer dó.
De barringuinha encolhida, não conseguiu descer só
E eu, que não acredito, em Pais Natal, vi, então,
Que se impunha, ir ajudá-lo, senão caía no chão.
Trazia dentro do saco, promessas, muitas promessas.
Estava muito cabisbaixo. Sabia que nas cabeças
De meio mundo, a sofrer, por tanta leviandade,
A que ele estava a assistir, na sua já longa idade,
Havia gente que ainda, esperava, apesar de tudo,
Que ele trouxesse no seu saco, algum presente graúdo.
Perguntei-lhe. Porque sofres e estás tão magrito assim?
Respondeu-me: Porque tenho o meu reinado no fim.
Dantes, todos me esperavam o ano inteiro, pacientes,
Agora, que eu já estou pobre e tenho poucos presentes,
Ninguém quer saber de mim e já dizem que o Natal
Não tem Pai, nem nunca teve. Estou lixadinho, estou mal!
Eu não tive alternativa. Puxei o peito p'ra fora,
Dei-lhe o braço, ternamente e fomos dali embora
Conscientes, muito calmos, procurar um novo mundo,
Sem esta vil confusão e preconceitos de fundo,
Onde a Paz seja perfeita e este doce Pai Natal,
Viva só para a criança, rara Jóia Universal!

Maria Letra
Imagem da net

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