De velhas raizes minhas,

umas vivas, outras mortas,

retirei ervas daninhas

p’ra poder abrir mais portas.


20101112

DURA LEX! SED LEX!

Dura Lex!
Sed Lex!
A primeira condenação
Imposta a qualquer cidadão.
Todavia,
Um mundo de interrogações
Paira no ar:
Quem de direito a inventou?
Quem de direito a aprova
Ou a faz aplicar?
Mas ela faz-se cumprir,
De modo fácil, ou não,
Sem lugar p'rá admitir
A mais leve compaixão.
Os parágrafos ... enfim ...
Dão "pano p'ra muita manga".
Por vezes a culpa anula,
Outras vezes acumula
Males maiores a cada caso.
Mas ... insisto eu:
Quem de verdade e direito
Está à altura de julgar
Cada lei?
Vejo pouco de perfeito
-Sem medo de exagerar -
Em muitos que a inventam,
Em muitos que a aprovam,
Ou a fazem aplicar.
Num mundo em cujos sistemas,
- Mais corruptos que sãos –
Fazem pesar grandes penas
Nos ombros dos cidadãos
A eles sujeitos ...
Vejo leis,
Contrárias à lei do Amor,
Males com muitas virtudes
E bens com muitos defeitos.
E, com pavor,
Assisto a tanta injustiça
Na lei imposta,
Submissa
Ao poder de cada estado,
Que já não sei se, lutar,
Traz benefícios de vulto
A um futuro que, oculto,
Me parece amordaçado.
Mas, p'ra esse mal,
Não sai lei.
É duma injustiça tremenda.
Cada um que se defenda!

Maria Letra
Londres, Abril de 1985
Imagem de:
http://www.abcdmaior.com.br/blog.php?cat=15&paged=5

8 comentários:

chica disse...

Lindo poema mas a lei é fogo...Não acredito que a justiça seja cega pois ela faz taaaaaaaaaantas diferenças...beijos,chica

Unknown disse...

Boa noite Maria Letra,
concordo totalmente com a mensagem do seu poema. A justiça cada vez é mais injusta, até já se condenam inocentes e absolvem-se culpados.

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

Maria Letr@ disse...

Olá amiga Chica! Aí quase boa noite, não?
Esta é a minha forma de interpretar a lei, em geral. O poema foi feito em Abril de 1985 ... e nada mudou, quanto a mim.
Beijinhos.

Maria Letr@ disse...

Boa noite, Ana!
Obrigada pelo seu comentário.
Aproveito para dizer-lhe que vou agora mesmo enviar-lhe um e:mail, já que não tive tempo de fazê-lo, durante o dia.
Beijinho.

Adelaide disse...

Dura lex sed lex, mas se for bem aceite e cumprida, a dureza cumpre a sua função.

Poetisa inteligente demais.

Milai

Maria Letr@ disse...

Já conhecias este poema, Milai, do blog que tinha no WordPress. Ao passá-lo para aqui perdi todos os comentários, mas o teu comentário estava lá, querida amiga.

Anónimo disse...

Gostei do poema e do comentário que deixou no CR, a que já respondi para evitar confusões.

Maria Letr@ disse...

Boa tarde, Carlos.
Já li o seu comentário e fiquei triste. Sente-se o 'peso' do presságio 4, no texto, mas só na parte final. Funcionou como o gato preto ..., que eu não estava a ver ...